O corte do governo federal no Programa Farmácia Popular do Brasil, juntamente com as indústrias farmacêuticas e redes de distribuição que estão em fase de retirada de descontos e diminuição de prazo para pagamentos preocupam o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Alagoas (Sincofarma AL), Antônio Vieira.
As medidas não só impactam diretamente na rentabilidade do comércio varejista de medicamentos, como também prejudicam a população beneficiada pelo programa. Vale lembrar que a Farmácia Popular tem por objetivo, segundo o Ministério da Saúde, ampliar o acesso da população aos medicamentos considerados essenciais, oferecendo tais medicamentos a preços reduzidos. Além de unidades de rede própria de Farmácias Populares, o programa tem parceria com farmácias e drogarias da rede privada, chamadas de “Aqui tem Farmácia Popular”.
Na análise do presidente do Sincofarma AL, José Antônio, a parceria com a rede privada ampliou o programa e favoreceu a população. “O programa tomou proporções imensuráveis, facilitando o acesso aos medicamentos pelos consumidores, que já não tinham mais a necessidade de ir aos postos de saúde, os quais, na maioria das vezes, não tinham medicamentos disponíveis para a população usuária”, considerou.
A medida recente anunciada pelo governo estabelece corte da receita destinada aos medicamentos, fato que repercutirá em torno de 60% de aumento no orçamento doméstico; percentual médio de economia que o programa viabilizava. “É um programa excelente para os consumidores que encontram os remédios mais próximos de suas residências com preços acessíveis”, ressalta Vieira.
Com a decisão, as farmácias conveniadas ao “Aqui tem Farmácia Popular” terão que se reorganizar, pois certamente haverá redução nas vendas, além de possível repercussão no quadro de colaboradores, uma vez que o aumento no custo de manutenção dos estabelecimentos poderá gerar desemprego.