O Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou, na última quarta-feira (25), no Diário Oficial da União, uma resolução que permitirá aos farmacêuticos prescreverem medicamentos de venda livre, como antitérmicos e analgésicos.
Com a norma, estes profissionais poderão tratar o que chamam de “transtornos menores”, como uma dor de cabeça ou diarreia. O cliente que chegar ao balcão da farmácia para comprar um analgésico poderá passar por uma “consulta” e receber um receituário com a assinatura e o carimbo do farmacêutico. A prescrição, no entanto, não será obrigatória.
De acordo com o texto da proposta, a prescrição farmacêutica poderá ser feita para os medicamentos isentos de prescrição médica, plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos também isentos.
O farmacêutico Pedro Noé vê a aprovação da resolução como uma regulamentação de uma prática que já ocorre há muito tempo nos balcões de farmácia. “O CFF apenas oficializou uma prática comum em farmácias de todo o Brasil, assegurando o direito dos farmacêuticos a exercerem”, diz, acrescentando que a expectativa agora é para que o CFF aprove a regulamentação da criação da Tarja Azul, a qual determina os medicamentos que poderão ser prescritos exclusivamente por farmacêuticos.
Medida positiva
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Alagoas (Sincofarma/AL), José Antônio Vieira, vê a aprovação da resolução de forma positiva na atual conjuntura da saúde nacional. “Com a dificuldade de acesso aos médicos, com emergências lotadas e consultas sendo marcadas em longo prazo, vemos a aprovação dessa resolução de forma positiva, visto que o paciente poderá se consultar rapidamente em uma farmácia com um profissional qualificado”, explica.
Ainda segundo o presidente do Sincofarma/AL, a resolução deverá gerar um impacto financeiro no setor farmacêutico, movimentando economicamente o segmento. Pois, ao agilizar o atendimento aos transtornos menores, a busca pelo tratamento será mais rápida também e isso “deverá movimentar ainda mais as farmácias, gerando um impacto financeiro positivo na economia do setor”, afirma Vieira.
O empresário do ramo farmacêutico, Lucas Rocha, também vê como positiva a medida. “A resolução é boa tanto para os empresários do ramo quanto para os clientes. Para nós empresários, será mais um produto a oferecer e isso deve gerar mais lucros; já para os clientes, irá facilitar tanto o acesso ao tratamento de doenças simples como, por exemplo, uma gripe ou uma dor de cabeça; como deve gerar uma redução em seus gastos, considerando que às vezes precisam pagar caro por uma consulta simples que agora poderá ser realizada de forma mais barata no balcão da farmácia”, diz o empresário.